O Futebol brasileiro, uma adaptação cultural do football association trazido da Inglaterra em fins do século XIX, desenvolveu-se conjuntamente aos ventos de modernização da sociedade brasileira nos seus âmbitos políticos, econômicos e culturais. Das flutuações políticas dos governos oligarcas, passando pelas ditaduras nacionais, até a tentativa de democratização da Nova República, bem como do desenvolvimento do modo de produção capitalista sobre bases sólidas, o futebol tornou-se um dos mais icônicos reflexos da identidade do povo brasileiro. Em meio ao fortalecimento do futebol brasileiro, tensões culturais como movimentos dos trabalhadores, a afirmação da raça negra e das mulheres no cenário social, a latente religiosidade dos gramados, a afirmação do nacionalismo (da Nação propriamente dita e da nação “clubística”), o desenvolvimento do urbano e a reconfiguração do meio rural demarcaram a história brasileira.

Quais as tensões do desenvolvimento do futebol em Sergipe face os contrastes entre os jovens da classe abastada, fundadores do Cotinguiba e do Sergipe, e os trabalhadores que compunham os clubes de fábrica como o Industrial, o Confiança, o Santa Cruz e o Socialista? Como se inseriram os jovens futebolistas das fábricas no amplo movimento das classes trabalhadoras no Estado? Quais as intervenções políticas para o desenvolvimento do futebol sergipano nesse cenário, posto que os oligarcas que governavam o Estado sempre estiveram à frente dos clubes como Presidentes, sócios beneméritos ou conselheiros? Como se deu a afirmação dos jovens negros no futebol sergipano, especialmente nos clubes de fábrica? Qual a contribuição do futebol no desenvolvimento das cidades sergipanas, especialmente as interioranas, seja no aspecto geográfico, seja na sua dinâmica cultural?
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